Hoje
pela manhã cheguei ao TJ para o ordinário exercício de meu mister , mas ao
adentrar o segundo plenarinho fui surpreendido pela notícia de que a sessão de
julgamento da 1a Câmara seria
suspensa "em razão do falecimento do Desembargador aposentado César Montenegro". - O Dr. César já não está entre nós. Lamentável perda.
Natural
de Natal no Rio Grande do Norte, foi vereador em Paranavaí no interior do
Paraná e Juiz da Magistratura Federal no extinto território-federal de
Rondônia. Após sua aposentadoria como juiz ingressou na advocacia e mudou-se de
volta para Natal, mas logo após foi chamado pelo Dr. Fouad Darwich para retornar ao agora
Estado de Rondônia e compor o Tribunal de Justiça que em breve inauguraria
seus trabalhos.
Era
juiz naturalmente, era juiz nato, era justo e augusto. Homem que se projetava além do mundano, dotado de conteúdo ético e firmeza de caráter. De hábitos simples, mas um sofisticado intelectual chegou a ser um dos autores
mais vendidos do país com seu dicionário de pratica processual civil.
Foi
um homem de personalidade marcante que imprimiu sua marca pelos caminhos que
passou. Sua vida foi a maior obra que escreveu, legou a todos que foram honrados por sua companhia lições de direito e de vida.
Lembro que quando ainda acadêmico de direito em minhas férias tornava a minha terra natal para reencontrar meus amigos-irmãos e principalmente o Gustavo, neto do Dr. César. Aos domingos íamos a casa daquele velhinho de cabelos muito brancos e pele rosada para o almoço, mas antes de sentarmos à mesa ele me tomava o ponto de processo civil e direito civil. Ao final sempre me dizia que os homens do direito devem estudar até o final da vida, sempre!
Até poucos meses ele produziu muitos textos que certamente serão publicados e conhecidos.
A vida do Dr. César foi uma obra que merece aplausos e sua passagem deixa saudades!
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